Historicamente, o conceito de "igreja" que temos hoje foi amplamente influenciado pela cultura greco-romana, já por volta dos anos 150 d.C. Atualmente, também a visão predominante de "igreja" é fortemente influenciada pela perspectiva corporativa e empresarial, onde a Igreja se assemelham a uma empresa que oferece produtos, disponibilizados por uma minoria e consumidos pela maioria. Isso equipara a igreja não apenas a uma prestadora de serviços, mas também a outras religiões não cristãs. No entanto, essa não é a essência da Igreja conforme descrita no Novo Testamento.
O próprio termo "igreja" não aparece nos escritos originais. Ele foi acrescentado posteriormente, principalmente durante a Idade Média e após a Reforma. A palavra refere-se a um local de adoração a uma divindade, ou à casa onde essa divindade residia. O termo hebraico original era "Quahal", que significa assembleia ou reunião de uma congregação. Nas traduções gregas, o termo utilizado é "Ekklesia". "Ekk" significa "para fora de um lugar", e "klesia" significa "chamado por um nome". Portanto, "Ekklesia" significa "chamados para fora de um lugar, pelo nome, para se reunir". Esse termo era utilizado para designar reuniões públicas e participativas na Grécia, onde se discutiam assuntos de interesse comum, o que Paulo sugere em sua primeira carta aos Coríntios, capítulo 14:26 e seguintes.
No Novo Testamento, o conceito de Ekklesia é o de uma reunião aberta e participativa, onde pessoas, iguais em valor, são chamadas para fora de si mesmas, convidadas a se reunir na busca de Deus, sua liderança e comunhão mútua. A visão de "Igreja", ou "Ekklesia", como descrita no Novo Testamento, é a de um organismo vivo – o Corpo de Cristo. Como tal, promove ambientes onde pessoas, relacionamentos e participação são priorizados. É isto que estamos tentando restaurar.